Descrição
Na reprodução de uma dada formação social, o fenômeno das crises políticas não está vinculado a práticas políticas disruptivas, mas nem por isso deixa de produzir mudanças no domínio político e de promover realinhamentos significativos no âmbito das relações de classe, do conteúdo da política estatal, das instituições do Estado, dos processos eleitorais, do sistema partidário e dos movimentos sociais, grupos de pressão e sindicatos. Neste livro, Francisco Prandi ateve-se à análise do comportamento das centrais sindicais mais importantes do país, a CUT e a Força Sindical, na crise política que resultou no golpe do impeachment de Dilma Rousseff e na posse de Michel Temer. Seguindo as trilhas pavimentadas pelos trabalhos de Nicos Poulantzas e pela Escola poulantziana de Campinas, Prandi realiza uma análise empírica rigorosa, pautada no exame minucioso de documentos sindicais, na realização de entrevistas com lideranças dessas centrais e no estudo e sistematização de bibliografia que aborda o sindicalismo e a crise política brasileira recente. O resultado é uma pesquisa que desnuda com argúcia as posições ora convergentes, ora divergentes da CUT e da Força Sindical, seus dilemas e dificuldades, numa conjuntura marcada por uma nova ofensiva do neoliberalismo ortodoxo no Brasil. Enfim, estamos diante de uma pesquisa científica muito bem-feita que merece ser lida, discutida e amplamente divulgada.
Danilo Enrico Martuscelli (Universidade Federal de Uberlândia)
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