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O velho Guerreiro está de volta pelas mãos de editora independente!

A nova Ciência das Organizações, clássico do sociólogo brasileiro exilado nos EUA, Alberto Guerreiro Ramos, ganha tradução inédita para o Português.

Neste momento, chega às mãos do leitor a primeira edição de uma nova tradução para o português do livro The New Science of Organizations: a reconceptualization of the Wealth of Nations. Deparando-se com esse novo empreendimento de tradução, o leitor pode se questionar: por que traduzir outra vez uma obra já traduzida e disponibilizada no mercado? Um dos principais motivos é que, sem acesso ao livro, os estudantes, professores e pesquisadores têm, há muito tempo, pressionado por uma solução. Depois de 30 anos fora de circulação, em 2018, a Editora Enunciado Publicações brinda o mercado editorial e a academia com a reedição de um clássico.

No dia 28 de abril, em uma das salas da Escola Superior de Administração (ESAG) da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), será lançado ao público o Livro A Nova Ciência das Organizações, um clássico da ciências sociais publicado originalmente em Inglês pelo sociólogo brasileiro Alberto Guerreiro Ramos. O velho Guerreiro, como é conhecido por seus estudiosos e admiradores, publicou essa obra quando já estava radicado nos Estados Unidos, atuando na University of Southern California, após ter sido cassado e exilado durante a ditadura empresarial-militar.

O lançamento ocorrerá durante o VIII Colóquio Internacional de Epistemologia e Sociologia da Ciência da Administração, e contará com a presença dos tradutores da obra, os Professores Doutores Francisco G. Heidemann e Ariston Azevedo. Heidemann, que foi aluno de Guerreiro Ramos, realizou a tradução como uma contribuição singular ao legado do autor, que teve seu livro traduzido no Brasil na década de 1980, porém com lacunas e revisões que precisavam ser feitas de modo que a obra em Língua Portuguesa do Brasil expressasse com maior fidedignidade o pensamento do autor.

Uma nova versão em português, se fazia necessária para, além de suprir a demanda reprimida no mercado editorial, superar algumas ausências e falhas constatadas na primeira versão traduzida e, dessa maneira, dar à obra uma outra face, que também permitisse refletir sobre as críticas que lhe foram endereçadas no lapso de tempo decorrido

Prof. Francisco G. Heidemann

O Professor Ariston Azevedo, um dos maiores especialistas em Guerreiro Ramos no Brasil, foi um entusiasta deste projeto desde antes dos contratos de direitos autorais estarem assinados entre a editora e a família Guerreiro Ramos. Segundo o editor, Rafael Pereira, foi por meio do Professor Ariston que foi possível os primeiros contatos com os familiares.

Este livro, apresenta uma reavaliação crítica da Ciência social em geral, especificamente da teoria das organizações e da ciência econômica. O autor procura mostrar que os problemas pertinentes às sociedades industriais ocidentais não podem ser resolvidos, caso os princípios epistemológicos que caracterizam as ciências administrativa e econômica dominantes permaneçam válidos.

Trata-se de uma leitura desafiadora, assim como deve ser quando se está diante de um clássico.

SUMÁRIO

Apresentação
Prefácio da edição brasileira
Prefácio da edição internacional
Agradecimentos
Notas de tradução
1. Crítica da Razão moderna e sua Relevância para a Teoria das Organizações
1 Razão como Cálculo utilitário de Consequências
2 Resignação e Visões de Max Weber sobre Racionalidade
3 Karl Mannheim e sua Visão incompleta da Racionalidade
4 Teoria crítica da Escola de Frankfurt
5 Obra restauradora de Eric Voegelin
6 Alguns Comentários críticos
7 Conclusão
2. Por uma Teoria substantiva da Vida humana associada
1 Transvaloração moderna do Social
2 Jurisdição política (Polity) e Sociedade
3 Dicotomia entre Valores e Fatos
4 Ciência social como Ideologia serialista
5 Sobre a Ciência social cientística
6 Conclusão
3. A Síndrome comportamental
1 A Fluidez da Individualidade
2 O Perspectivismo
3 O Formalismo
4 O Operacionalismo
5 Conclusão
4. Transplante de Conceitos fora de lugar e Teoria das Organizações
1 Características básicas da Construção teórica
2 Transplante convertido em Transplante fora de lugar
3 A Falácia da Autenticidade corporativa
4 Alienação mal-entendida
5 Saúde organizacional, um Misnomer
6 Pessoas e Modelos sistêmicos
7 Conclusão
5. Política cognitiva: A Psicologia da Sociedade centrada no Mercado
1 Política cognitiva, uma Digressão histórica
2 Política cognitiva e a Sociedade centrada no Mercado
2.1 Visão estreita da Natureza humana
2.2 O feliz Detentor de Emprego, Vítima patológica da Sociedade centrada no Mercado
2.3 A Psicologia da Comunicação instrumental
3 Conclusão
6. Abordagem substantiva para as Organizações
1 Tarefa n. 1: Organizações como Sistemas epistemológicos
2 Tarefa n. 2: Pontos cegos da atual Teoria das Organizações
2.1 Reexame da Noção de Racionalidade
2.2 Peculiaridade histórica das Organizações econômicas
2.3 Interação simbólica e Humanidade
2.4 Labor (Labor) e Trabalho (Work)
3 Conceituação da Abordagem substantiva das Organizações
4 Conclusões
7. Teoria da delimitação dos Sistemas sociais: Enunciado do Paradigma
1 Orientação pessoal vs Orientação comunitária
2 Prescrição vs Ausência de Normas
3 Conceituação das Categorias delimitativas
3.1 Anomia e Horda (Mob)
3.2 Economia
3.3 Isonomia
3.4 Fenonomia
3.5 Eremita (Isolate)
8. A lei da Adequação necessária e o Design dos Sistemas sociais
1 Tecnologia
2 Tamanho
3 Cognição
4 Espaço
5 Tempo
9. Paraeconomia: Paradigma e Modelo multicêntrico de Alocação
10. Visão geral e Perspectivas da nova Ciência
1 A Ciência social convencional
2 A Organização perdurante
Referências
Índice remissivo

Ficha técnica

Edição Brasileira: A Nova Ciência das Organizaçoes. Dezembro de 2022. Enunciado Publicações.

Título original: The New Science of Organizations: a reconceptualization of the Wealth of Nations (University of Toronto Press; Reprint edição (1 janeiro 1981)

Autor: Alberto Guerreiro Ramos

Tradutores: Francisco G. Heidemann e Ariston Azevedo

Apresentação: Francisco G. Heidemann e Ariston Azevedo

ISBN: 978-65-85215-04-6

nº de páginas: 238

Formato: Impresso em brochura, tamanho 16×23 cm

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Lançamento: livro conta a História das ideias do Neoliberalismo

quinnslobodian.com

O livro Globalistas: O fim do Império e o nascimento do neoliberalismo, de Quinn Slobodian, traduzido por Olivir Freitas e prefácio de Tatiana Roque conta a história das ideias neoliberais e ajuda a compreender a realidade presente.

O neoliberalismo, rótulo frequentemente repudiado por liberais de diversos matizes, não se resume a uma doutrina econômica ou ao conjunto de medidas políticas associadas à redução do papel do estado na economia, tampouco reflete exclusivamente a ideia de contraposição entre Estado e economia. 

Quer entender por onde ele andou na história da humanidade nos últimos séculos? Acompanhe como um bom leitor(a), do que se tratar a narrativa construída pelo Quinn Slobodian, historiador e professor no Wellesley College. Vai ser um release rápido e objetivo, prometo.

O que é, e por onde andou o neoliberalismo?

O neoliberalismo como corpo de pensamento e seus embaixadores da Escola de Genebra tiveram profunda influência política, econômica e cultural no mundo contemporâneo. Enquanto escola de pensamento e como movimento político, foi criado e difundido pelos intelectuais reunidos na Escola de Genebra

Sua influência é notável na história política, econômica e cultural ao longo do século XX e seus atores tiveram participação, direta ou indireta, voluntária ou involuntária, na constituição, direção e funcionamento de órgãos multilaterais de caráter planetário, como a Liga das Nações, mais tarde substituída pela Organização das Nações Unidas, e a maior criação atribuída a seus integrantes: a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Especialmente inovador é o seu argumento sobre o que denomina a Escola de Genebra, uma fé presente nas instituições de comércio internacional que defende a criação de uma “constituição econômica mundial” para garantir a mobilidade e acumulação de capital. O neoliberalismo compõe uma série de soluções, é possível extrair do argumento, destinadas a manter intactos os lucros privados  – que a Escola de Genebra ativa e conscientemente procurou moldar, junto com burocracias imperiais, lobistas empresariais, ativistas de certos matizes e uma série de outros atores.

O que propõe o livro Globalistas?

O Globalistas faz uma excelente pesquisa, levanta e explica o desenvolvimento do neoliberalismo, seus princípios fundamentais e sua direção. É também uma réplica às análises preguiçosas do neoliberalismo, que se concentram apenas em aspectos da política econômica ou reforma, e não nas outras arenas da vida humana – cultura, política, relações internacionais, etc. 

Em uma séria análise centrada na época que vai de antes da Segunda Guerra Mundial (1920) até a queda do muro de Berlim (1990), Quinn Slobodian radiografa a ascensão do globalismo, ou “ordoglobalismo”, como um processo revolucionário que experimentou ditaduras, ou Estados fortes, para perpetuar um mundo finalmente unificado pelo livre fluxo de mercadorias. 

O autor recria em ricamente detalhada narrativa o nascimento do neoliberalismo a partir das ruínas dos antigos impérios europeus. Contudo, não aponta para uma substituição de modelos, mas para uma ampliação de sua escala. O neoliberalismo, portanto, não deixa de ser doutrina econômica, mas vai além e se estabelece como uma Ordem Global.

Globalistas é um livro completo, valioso e revigorante, que nitidamente define e examina os componentes intelectuais e práticos do neoliberalismo de uma maneira que é digna de elogio.

Quem é o autor?

O Quinn Slobodian é canadense, mas vive em Cambridge, MA e é autor do premiado Globalistas: O fim do Império e o nascimento do Neoliberalismo (original publicado pela Harvard University Press, 2018), que tem tradução para nove línguas (agora em Português). É colaborador frequente na imprensa, escreve para The Guardian, Foreign Policy, Dissent, The Nation, New Statesman e New York Times. É historiador e professor da Wellesley College.

Ficha técnica:

Globalistas: O Fim do Império e o Nascimento do Neoliberalismo (Harvard University Press, 2018)

Autor: Quinn Slobodian

Tradutor: Olivir Freiras

Prefácio: Tatiana Roque

ISBN: 978-65-992476-3-7

Formato: 16×23 cm

Nº de páginas: 358

Editora: Enunciado Publicações

A edição brasileira de Globalistas está em pré-venda pela Enunciado Publicações. Acesse o site da editora: enunciado.com.br

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Um livro impressionante: Cromatismo Cezanneano

Se você é fascinado por artes plásticas, você precisa ler este livro do José Maria Dias da Cruz – inspirado em Paul Cézanne, pai da pintura moderna, quem abalou as convenções artísticas de cinco séculos e mostrou uma nova forma de representar o mundo. 

Fique tranquilo, este não é mais um título de releitura de suas obras, nem mesmo uma análise das cores e formas utilizadas pelo pintor. Ele é, nas palavras da Professora Sandra Makowiecky, “(…)uma aventura de descobertas e mergulho intenso no universode artistas, cores e formas.” 

Dimensão temporal das cores

As palavras do autor quase não alcançam o seu elevado pensamento plástico, o que torna essa obra tão paradoxal quanto necessária. Este velho dilema artístico quanto as ordens da estética, de forma descrita inunda as páginas. E aí que reside a relevância deste livro: a pintura é tratada como o estudo ótico mais antigo da humanidade. 

“Na natureza tudo está colorido”, como escreve Cézanne, e na 2.ª Edição de O Cromatismo Cezanneano também. José Maria desenvolveu um estudo que vai além da teoria das cores, rompendo com o tom central de toda literatura que pregressa no tema. Atribuindo ao olhar a dimensão temporal da dinâmica das cores no espaço.

Um convite ao leitor não só a aguçar e compreender sua percepção visual, mas a torná-la sua principal ferramenta de mediação com o mundo visível.

A lógica plástica da pintura

Bernardo Magina, pintor e professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, introduz o texto da contracapa com uma citação clássica de Cézanne: “Há uma lógica plástica em pintura: o pintor deve obediência somente a ela. Jamais à lógica do cérebro… a matéria de nossa arte está lá, naquilo que os olhos pensam.” 

Para o pintor, que se refere a José Maria como Mestre, estamos diante de um autor com dois olhos, duas mãos e numa percepção espacial enriquecida por sua racionalidade ao estudar as cores no espaço plástico da pintura.

A Crítica de arte e Professora, Sandra Makowiecky, abrilhantou a nova edição de O Cromatismo Cezanneano com um prefácio que se fez referência e foi muito além da costumeira tarefa atribuída aos prefaciadores: a de apresentar o autor e a obra. Para a professora da UDESC, poucos artistas fazem o que ele faz. 

“Eu percebo sua tentativa de explicar em termos metodológicos e epistemológicos não apenas sua pintura, mas como se dá essa transmissão de conhecimento em arte, através dos fundamentos da linguagem visual do estudo de cores e do espaço”

O Autor

Ao falar em José Maria Dias da Cruz, trataremos de um carioca da gema, nascido no Rio de Janeiro em 1935 e pintor desde os 11 anos. Desde os seus primeiros esboços teve o privilégio de estar em contato com artistas, que acabaram por orientá-lo em suas obras, como Ibere Camargo, Milton Dacosta e José Pancetti. Aos 14 anos estuda com Santa Rosa, Aldaru Toledo e Jan Zach, aos 21 com Emílio Pettoruti em Paris. Em 1958, com 23 anos, retorna ao Brasil com toda essa bagagem cultural, onde havia conhecido as obras de Braque, Andre Lhote, De la Palette a l’ecritoire, e passou a se interessar por Poussin e Cézanne.

“Um artista não é um ego, é um eco.”  – José Maria

Durante o seu percurso acadêmico desenvolveu uma teoria das cores e descobriu o cinza sempiterno. Foi ele quem repensou o rompimento de tom, interpretou o serpenteamento vinciano, pensou nas cores abstratas substantivas e concretas adjetivas, e descartou o círculo cromático iluminista.

Este é um lançamento da Editora Enunciado Publicações e um livro coringa que não pode faltar na sua estante, se você estuda e quer aprimorar seu conhecimento sobre o comportamento das cores. 

Disponível para venda: enunciado.com.br

FICHA TÉCNICA DO LIVRO

Título: O Cromatismo Cezanneano (2ª edição)

Autor: José Maria Dias da Cruz

ISBN:  978-65-992476-2-0

Formato: 14×21

Nº de páginas: 136

Editora: Enunciado Publicações

Preço de capa: 49,90

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Nova coleção da Enunciado Publicações vai publicar livros sobre a Educação básica

A editora Enunciado Publicações iniciou os trabalhos para construir um novo projeto especial que vai inaugurar a frente editorial “coleções”. Organizada e coordenada pela Profa. Dra. Kamille Vaz, a coleção “Educação básica” vai publicar livros acadêmicos oriundos de pesquisas sobre temáticas que perpassam a Educação Básica.

Segundo a coordenadora da coleção, que é professora da Faculdade de Educação da UFMG, o objetivo da coleção é impulsionar a divulgação das pesquisas para diversos espaços e chegar o mais próximo possível das escolas e professores da educação básica.

A coleção contará com um conselho editorial composto por professoras e pesquisadoras de diversas universidades, assim como profissionais e docentes que atuam na educação básica, que realizarão uma curadoria dos textos que serão indicados para publicação.

Para saber mais acesse a página da coleção CLICANDO AQUI